Monday, July 15, 2019
Revista americana publica estudo sobre efeitos graves da mineração de ouro em Paracatu
Artigo publicado online em 27 de março de 2019,
pela revista especializada “Environmental Justice”: https://doi.org/10.1089/env.2018.0039
Geocídio,
ecocídio e efeitos tipo genocídio da mineração de ouro a céu aberto de topo de
montanha em larga escala na periferia de Paracatu, Brasil.
Sergio Ulhoa Dani, Claudio Renato Genaro Malavolta,
Marcio José dos Santos, Paulo Maurício Serrano Neves (†) e Laure Terrier
(†) Im Memoriam
Tradução do resumo
do artigo:
Em 1987, iniciou-se a mineração de ouro em larga
escala a céu aberto, nos subúrbios da cidade de Paracatu, Minas Gerais, Brasil.
As rochas duras da mina contêm minério com baixa concentração de ouro (média 0,4
g de ouro / tonelada de minério) e quantidades anormalmente elevadas de arsenopirita
(FeAsS, média 1000 g/t de minério). Desde 2005, a mina tem sido operada
exclusivamente pela canadense Kinross Gold Corporation (KGC-NYSE, K-TSX)
através de sua subsidiária local. As atividades de mineração mal controladas
liberam arsenopirita e seus produtos de intemperismo das rochas nas formas de
partículas, gás e solutos que contaminam o ar, solos, águas superficiais e
águas subterrâneas. Até 2016, o rendimento acumulado de arsênio inorgânico da
mina foi estimado em 735.000 toneladas. Neste artigo, apresentamos a primeira
série de casos sentinelas de intoxicação crônica por arsênio (CAsI) em
Paracatu. Apesar das evidências crescentes de degradação ambiental
generalizada, contaminação ambiental em grande escala, intoxicação em massa crônica
e persistente e abuso dos direitos humanos, uma série de ações judiciais,
públicas e privadas não conseguiu interromper as atividades da Kinross em
Paracatu. O contínuo desastre ambiental e humanitário e os abusos ilegais em
Paracatu que degradam o meio ambiente e vitimizam milhares de pessoas prosperam
incontestes e não podem ser interrompidos localmente devido à conivência dos agentes
com grandes interesses econômicos, poderosas interferências políticas,
pagamentos facilitadores, cegueira deliberada e “lavagem-verde” toxicológica
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